segunda-feira, 2 de julho de 2007

SILVÂNIA

Quem são os alienados?
Os habitantes das grandes cidades ou os habitantes das cidades do interior? Bom vamos contar a história do começo. Depois do convite de ir a sua cidade natal, feita por Salomão Sousa nos dirigimos a Silvânia,cidade em questão. Fomos com nossas bagagens, tanto as materiais como aquela de que "meus ombros sustentam o mundo", que de certa forma quer dizer que estávamos um tanto sem expectativa quanto a viagem, ou pelo menos eu estava.Porém fui surpreendida tantas e tantas vezes que me deu vontade de registrar pelo menos algumas. Fiquei encantada primeiro pela hospitalidade de todos e principalmente por Salomão e Chiquinha que trouxeram para Silvânia todo o acontecimento preparado e calculado nas menores coisas todas direcionadas a seus convidados. Sua família aos poucos conseguiu criar com todos os visitantes um ambiente totalmente descontraído. É muito bom conversar com pessoas que estão com você por inteiro, as partes se soltam por completo num momento mágico. E ali de um dia para o outro éramos uma grande turma de adolescentes. Naquela cidade que tinha um parque, ex-colégio Marista, com estradas cercadas por lagos, palmeiras e árvores frutíferas, eugênias, jambo, criando sombras com um tapete de flores róseas que se tornavam um convite irresistível a uma caminhada contemplativa. Ali conheci Zezinho e esposa, Rosa, Toninho ,Bete, Sansão, a mãe de Salomão que não se entregou a idade, fazendo lindas colchas de retalhos,pão de queijo,e cuidado do anjo Gabriel e muitos outros conheci. A cidade evidencia a marca do tempo, com igrejas e casarios marcantes, os não recuperados marcam mais ainda, ao lado de construções atuais. Ao mesmo tempo nas ruas você encontra pessoas que mantêm os costumes antigos nas roupas e no cigarro de palha, diante de carrões com sons estridentes de uma juventude pra mim alienada, sendo essa a sua forma de se integrar no cotidiano. Mas creio que o que os rodeia está dentro deles, mas do que dentro de mim que ali de passagem me soltei um pouquinho, porém para eles o seu cotidiano renegado ou não, os contagia para que num futuro de busca voltem aos antepassados, como uma forma de reencontro com si mesmos. Isto foi o que senti no lançamento do livro de Salomão junto a sua cidade. Um reencontro do passado com o presente indo em busca ao futuro. Ali Salomão como que agradeceu, como eu o agradeço pois fiquei marcada com coisas muito boas neste meu coro duro e ressecado de uma urbanoide alienada pela pressa da cidade que nos consome. Mais uma vez obrigado.

Nenhum comentário: