segunda-feira, 24 de setembro de 2007
PERSONA
Porque achamos que nossa grandeza esta nas coisas que almejamos e não temos inteligência para aproveitarmos o que o agora está nos oferecendo. Ou estamos indo, ou então estamos escorregando de nós mesmos. Numa busca sem fim. Será que buscamos apenas pela natureza em nós ou nos tornamos reféns de nossa armadura que nos deixa ver somente a meta, sem termos conhecimento sequer de nossa barriga....
SOLAMENTE
Havia a lua
Embaixo a estrela
Passos na noite
Infinita amargura
Havia a lua
Embaixo a estrela
No resto do ceu
O grande vazio
Havia a lua
Embaixo a estrela
Carros passantes
Indiferentes homens
Havia a lua
Embaixo a estrela
Virando a esquina
Senhora ironia
Havia a lua
Embaixo a estrela
Janelas fechadas
Numa noite sem fim
Havia a lua
Embaixo a estrela
Noites em claro
Dias em vão
Embaixo a estrela
Passos na noite
Infinita amargura
Havia a lua
Embaixo a estrela
No resto do ceu
O grande vazio
Havia a lua
Embaixo a estrela
Carros passantes
Indiferentes homens
Havia a lua
Embaixo a estrela
Virando a esquina
Senhora ironia
Havia a lua
Embaixo a estrela
Janelas fechadas
Numa noite sem fim
Havia a lua
Embaixo a estrela
Noites em claro
Dias em vão
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
PEDALO PORQUE?
Pedalando comecei a pensar sobre a bicicleta. Estava voltando de um treino no velódromo, passei pelo parque e ali encontrei uma equipe de televisão entrevistando um ciclista sobre o seu cotidiano no trânsito. Me perguntei: "Alguém que nunca esteve no meio do trânsito conseguiria entender o que nos envolve neste momento? O que sentimos? O que nos move?"
Comecei a pensar no que eu falaria e meu coração começou a vibrar com a poesia que a mim chegou naquele momento. Me perguntei: "O que o ato de pedalar me traz?" Então tive uma visão que me mostrou o que sinto, indiferente do que sou.
A bicicleta consegue dispor as pessoas de sua máscara usual. Porque em cima dela você está sozinho. Não isolado. Mas só, consigo mesmo. Uma companhia seria muito agradável, mas ali existiria um relacionamento bem peculiar.
A começar, a pessoa terá que ter bastante humildade. Porque ali não será testado apenas sua condição física, mas o que você está disposto a dar em troca de uma afinidade maior com as duas rodas. Será exposto toda a sua condição humana diante de um desafio.
Você vai ter que submeter-se ao que o caminho lhe oferecer.
Para ele não interessa se você é velho ou novo, homem ou mulher, rico ou pobre. Ele apenas vai estar ali, a sua disposição. Porém se você topar a briga, em algum momento você vai se ver com sua companheira bicicleta e ninguém mais. Vai começar a cuidar dela como se cuida de uma namorada. Ela pode até despertar ciúmes dos seus.
Existem sensações que seria difícil passar para pessoas que não as viveram como o que se sente quando num quebra mola você passa batido enquanto carrões e caminhões quase param. A gente se sente por um instante donos da situação.
Pessoas começam a utilizar a bicicleta como meio de transporte, um meio de economizar e de repente ali, elas se veêm fortes, como que reagindo as duras leis do capitalismo. Não se sentem mais tão a mercê, sentem-se fortes criando uma nova espectativa no seu cotidiano tao limitado aos cifroes.
Indiferente de quais sejam, as bicicletas se compõem. Cria-se uma cumplicidade e ao mesmo tempo um desafio, solitário ou mútuo.
Pois digo que o prazer oferecido indiferente da bicicleta será dado pela alma de quem a conduz. O condutor terá ao mesmo tempo de receber e dar. Terá ao mesmo tempo que conduzir e ser conduzido. E nas batalhas que por certo virão pelo caminho na hora h, você vai se ver tete a tete com você. E se você se superar sentirá um grande prazer, um prazer que não é comprado, mas adquirido com o seu suor e com a sua vontade. E nesse momento mágico você se sentirá vivo, desprendido de suas muletas cotidianas.
Lidando com pessoas nesse momento numa mesma condição, nascerão amizades entre os participantes.
Mas o que quero dizer, é que pedalando encontrei coisas maravilhosas e queria poder passar tudo isso pra frente e se for pra alguém sobre duas rodas, vai ser mágico e ideal. E nas minhas doses de beta endorfina deixo o meu respeito à bicicleta, aos ciclistas, ao esporte...
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