Na cozinha, sozinha, ela se esmera e se apressa em preparar o almoço. Compromisso diário chova ou faça sol.
Bom, ela afogou o arroz, o feijão e fritou os bifes. Correu na esquina, comprou coisas para a salada. Fez um suco. E pronto. Missão cumprida... E nesse momento ela se satisfez, se sentiu viva.
Sem apetite e talvez se não fosse esse compromisso faria outras coisas... Que nem ela mesma sabia quais seriam.
No decorrer da sua vida participou na realização de muitos sonhos, mas não os seus. Os seus sonhos eram os sonhos dos outros e já nem se lembrava dos sonhos que tivera um dia, eles foram esmagados.
E ultimamente ela começava a questionar essa sua posição diante da vida. Mas consigo mesma, por que ninguém iria perder tempo em ouvir suas lamúrias. Então ela mastigava suas questões entre um afazer e outro.
Bom, o almoço estava pronto e depois de certo tempo ficou claro que ninguém apareceria. Encontraram outros caminhos e já nem se lembram que em sua casa, na cozinha, borbulhavam sabores... Que delícia...
A sua cozinha se tornou um aparato do dia a dia, que estava sempre ali, indiferente do quorum. E como ela estava intimamente ligada aquela situação, ela se sentiu absoleta. Sentiu que já nem poderia ajudar nos sonhos dos outros, que conseguiam autonomia a cada dia e já nem precisavam de seus cuidados. Distanciavam-se de sua capacidade de ajuda.
Ficou triste, tentou se consolar, tentou ignorar, era mestre nisso. Tentou sonhar. Tentou sentir o que sentia, o que queria, o que fazer? Então, chegou a uma conclusão: “Havia caído em desuso”.
E lá de dentro um gritinho cada vez mais alto lhe chamava para viver para si. Sim... Quem sou eu?
Bom, ela afogou o arroz, o feijão e fritou os bifes. Correu na esquina, comprou coisas para a salada. Fez um suco. E pronto. Missão cumprida... E nesse momento ela se satisfez, se sentiu viva.
Sem apetite e talvez se não fosse esse compromisso faria outras coisas... Que nem ela mesma sabia quais seriam.
No decorrer da sua vida participou na realização de muitos sonhos, mas não os seus. Os seus sonhos eram os sonhos dos outros e já nem se lembrava dos sonhos que tivera um dia, eles foram esmagados.
E ultimamente ela começava a questionar essa sua posição diante da vida. Mas consigo mesma, por que ninguém iria perder tempo em ouvir suas lamúrias. Então ela mastigava suas questões entre um afazer e outro.
Bom, o almoço estava pronto e depois de certo tempo ficou claro que ninguém apareceria. Encontraram outros caminhos e já nem se lembram que em sua casa, na cozinha, borbulhavam sabores... Que delícia...
A sua cozinha se tornou um aparato do dia a dia, que estava sempre ali, indiferente do quorum. E como ela estava intimamente ligada aquela situação, ela se sentiu absoleta. Sentiu que já nem poderia ajudar nos sonhos dos outros, que conseguiam autonomia a cada dia e já nem precisavam de seus cuidados. Distanciavam-se de sua capacidade de ajuda.
Ficou triste, tentou se consolar, tentou ignorar, era mestre nisso. Tentou sonhar. Tentou sentir o que sentia, o que queria, o que fazer? Então, chegou a uma conclusão: “Havia caído em desuso”.
E lá de dentro um gritinho cada vez mais alto lhe chamava para viver para si. Sim... Quem sou eu?